Entrevista Ana Rita Leite - Na luta contra a Obesidade

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Como personal trainer interesso me imenso por casos que contem uma história só de olhar para eles. Um dos assuntos que sempre me chamou imenso à atenção desde nova foi a obesidade e como ela prejudica a o quotidiano de uma pessoa. Hoje tenho noção de que é muito mais do que isso. E a Ana Rita é um exemplo que encontrei por acaso pelo Instagram e que comecei logo a acompanhar. Perdeu 60 kg. Senhores, foram 60 kg. Eu não me imagino com esse peso quanto mais perdê-lo. É uma historia que me inspirou imenso e não me canso de mostrar às minhas alunas a comparação do antes e do depois da Ana Rita. Porque ela é sem dúvida um exemplo e uma inspiração para quem trava a mesma luta que ela travou e em parte continua. 

Fiz algumas perguntas à nossa convidada e quero agradecer-lhe por se ter disponibilizado a responder-me e autorizar partilhar aqui a história dela que tenho a certeza muitos se vão identificar. 



1.       Quando e como é que percebeste que tinhas que mudar de estilo de vida?

Sempre fui uma pessoa a acima do peso. Na escola era sempre a mais gordinha.
Há cerca de 2 anos, estava num momento da minha vida em que me sentia frustrada comigo mesma, desesperada e obcecada para perder peso. A minha imagem atormentava-me, não conseguia olhar para o espelho sem pensar "que horror", abanando a cabeça em forma de reprovação e desilusão. Sentia-me uma prisioneira dentro do meu próprio corpo... eu odiava-me.

Em Junho de 2016, resolvi dizer "BASTA" e decidi mudar. Foi nessa altura que comecei, então, a luta contra a obesidade.


2.       No momento em que te apercebeste das primeiras mudanças físicas do teu corpo, o que sentiste?



Maravilhosa! Lembro-me perfeitamente da minha cara de felicidade. Até chorei quando subi à balança, após a primeira semana, e vi que tinha perdido cerca de 5kg. Isso motivou-me a continuar. É como dizem, "quando começas a ver resultados, torna-se um vício".


3.       O que achaste mais difícil: iniciar uma alimentação mais saudável e equilibrada ou iniciar a prática de exercício físico?


Sem dúvida, iniciar a prática de exercício físico. Aliás, o único contacto que tive com exercício foi o da escola. Lembro-me que era um grande sacrifício, não achava grande piada. Praticava actividade física no âmbito escolar. Fora disso, não fazia nada. 

Hoje, não me imagino a não praticar exercício, é como uma terapia para mim. 

Em relação à alimentação, sinceramente, não tive qualquer tipo de dificuldade em adaptar-me. Tinha uma refeição livre de sete em sete dias.Actualmente, também o faço. Por isso, não me custou deixar nada.
No inicio, as pessoas olhavam-me de lado e comentavam por andar com a marmita sempre a trás de mim. Aliás, lembro-me que nos jantares de família e assim, eu levava a minha marmita com as minhas refeições.

Ah, recordo-me também duma noite em que tive um jantar de amigas e a ementa era pizza, e eu fiz uma "pizza" (omelete) em casa e levei para comer - todas nos rimos, é verdade, mas não me custou nada.



4.       E o que aprendeste com o desporto?


Aprendi que é a mente que comanda o corpo. Aprendi a ter garra, a ter um espírito competitivo, a ser melhor que a minha melhor desculpa. Aprendi a ver os obstáculos não como impedimento mas como uma motivação. Aprendi a lutar pelo que quero. Aprendi a acreditar em mim. Descobri a minha força interior. E o resultado chegou, tornei-me numa melhor versão de mim mesma.


5.       Com 60 kg a menos, o que mudou na tua vida, além do início da prática de exercício físico?

O amor próprio.
 Hoje, sou uma pessoa completamente diferente da que eu era há uns anos atrás. Agora, amo-me e sou feliz.
Tenho, também, de referir a questão da estética, claro. Porque isso contribuiu para o ganho de auto estima.
Para mim era impensável usar roupa justa porque não me gostava de ver.
Por exemplo, antes usava roupa muito larga, quando comecei este processo vestia o 54, e hoje em dia visto 40. Na parte de cima, passei de um XXL para um M. Hoje, visto e compro as roupas que eu escolho e não "as que me servem" e isso faz-me sentir maravilhosa!!!


6.       Como lidas, hoje, com as marcas no teu corpo?


Amar a mim mesma é uma viagem constante, que eu não estou nem perto de terminar.
Tenho marcas, estrias, um pouco de celulite, sim, mas não tenho qualquer problema com isso quando me olho no espelho. O que me faz confusão é que ainda tenho excesso de pele solta na zona abdominal, bumbum e pernas.
Custa, é verdade, mas é tão mais compensador gostar de mim do que odiar-me. É uma luta diária, confesso.
Aliás, acho que é um processo que nunca vai acabar, até porque nunca paramos de lutar contra os pensamentos negativos, que é impossível não os ter, face aos padrões da beleza impostos pela sociedade em que vivemos.
Mas a cada dia eu decido amar-me, aceitar-me e aprovar-me tal como sou, porque todos os dias me esforço para ser melhor do que ontem.



7.       Que conselhos darias a quem gostaria de começar um processo de perda de peso?


Comer melhor, preparar as próprias refeições e praticar exercício físico.
Parece fácil, certo? Pois... mas foi preciso muito esforço. 
Aprendi que se eu realmente quiser algo que nunca tive, terei que fazer algo que nunca fiz! Com isso, quero dizer é algo que tem de vir de nósTemos de ser nós a querer.
Até podemos ouvir muitas vezes “ah, estás tão forte” ou “precisas de perder uns quilinhos”, mas opiniões não passam disso mesmo e não nos dão motivação. Temos é de pensar: “É hoje, vou mudar”.
É preciso ter autoconfiança e ir à luta. Porque não existe poção mágica, receita de bolo, ou simpatia para emagrecer.

O caminho do sucesso? Consistência é a palavra-chave. E por mais que a jornada pareça longa, não desistas.


8.       Para acabar, quando olhas para trás e relembras o teu ‘velho eu’ o que pensas?


A verdade é que não me reconheço, e questiono-me várias vezes, "Como é que eu me permiti chegar aquele ponto?"
E ver a minha evolução, que em mais ou menos num ano conquistei um novo corpo, uma nova vida, é algo que me faz perceber que quando queremos muito uma coisa, conseguimos.

Fico grata por ter decidido mudar a minha vida! O melhor? É que me apaixonei pelo este estilo de vida, que sigo até hoje.

Desde o primeiro momento que falei com a Ana Rita foi sempre muito simpática e fico muito feliz porque poder contar a sua história. Quando acabei de ler o que me enviou fiquei com um brilho nos olhos. Não poderia pedir umas respostas mais sinceras e cheias de força! Obrigada! Podem segui-la pelo Instagram @anaritafit , todos os dias ela partilha algo da sua jornada.  



Queres também fazer parte deste projecto e contar a tua história? Fala comigo! 


A Pa-trícia 


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